A Cultura Pop X Mercantilização da Arte

Estamos vivendo uma época de consumismo desenfreado. E nem a arte escapa deste momento. O que antes era símbolo de inspiração, hoje se tornou mais um objeto sendo vendido aleatoriamente no mundo mercantilista.

O fato é que a banalização da arte se tornou algo corriqueiro e usual. Basta observar, por um momento, as músicas que estão sendo tocadas diariamente nas rádios, os filmes hollywoodianos, as novelas das grandes emissoras de TV e todos os demais programas convencionais.

O que, de fato, estas produções nos ensinam? Quais são as suas raízes e de que forma elas estão fazendo parte da nossa formação intelectual? E a arte que você conhece? Ainda é valorizada como nos séculos passados?

O consumismo e a Indústria Cultural

Charge de Liz Medeiros

A Indústria Cultural é um termo que foi desenvolvido por pensadores alemães para identificar a mercantilização da arte. As características da Indústria Cultura são: produção em grande escala e o surgimento de alguns meios de comunicação como a TV, rádio e jornal.

Paralelo a isso vimos surgir uma reprodução desenfreada de músicas, livros, “obras de arte” e o que antes era raro, incomum e, por isso, alvo de grande admiração e desenvolvimento pessoal e mental passou a ser algo simples, até mesmo sem valor.

De repente muita coisa passou a ser produzida e o consumo destes tais produtos foi incentivado de tal forma, através dos meios de comunicação, que se tornou efêmero, rápido e volátil.

Para Zygmunt Bauman, em seu livro 44 cartas ao mundo líquido moderno  a cultura se torna um “armazém de produtos para consumo, uma espécie de seção da loja de departamentos (…) na qual se transformou o mundo habitado por consumidores.”

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A cultura pop e a banalização da arte

Romero Britto – Gatinhos

A palavra “pop” é um termo bastante conhecido e as pessoas têm a concepção errônea de que se refere apenas à música. Na verdade cultura pop reúne um conjunto de itens além da música como teatro, internet, livros, televisão, cinema etc.

Sabe aquele conteúdo que viraliza na internet e, de repente, todo mundo está falando sobre? É cultura pop. Além disso, a dúvida que fica é a respeito da qualidade e da existência desta tal cultura. Será que é arte mesmo ou puro consumismo?

Um exemplo é o quadro de Monalisa, do artista Leonardo DaVinci. Monalisa sempre foi um quadro emblemático e considerado a maior obra do artista italiano. Atualmente, a pintura é retratada compulsivamente aos quatro cantos do mundo e sob inúmeras releituras. Monalisa virou pop.

Ainda falando de cultura pop podemos citar Romero Britto. Amado por muitos e odiado por vários também. Os que odeiam alegam que o artista não produz arte, mas um emaranhado de desenhos e cores que atraem os leigos.

E o que dizer de Frida Khalo. Até hoje mantém uma forte presença na arte contemporânea, porém, também sofre rejeições de muitos especialistas do mundo artístico.

Qual o impacto das novas tendências na vida das pessoas?

Quando falamos em banalização da arte estamos falando do que antes era expressamente valorizado e que, nos dias atuais, se tornou popular de mais. E o termo popular não quer dizer “acessível”. Mas, sim aquele que não causa reflexão e admiração plena, o que é uma das funções da arte em si.

O que acontece é um consumo desenfreado, rápido, que logo em seguida será esquecido e dará lugar a outro produto desenvolvido e incentivado pela Indústria Cultural com o mesmo objetivo: consumo efêmero.

Cultura pop é tendência, é moda, é novidade e as pessoas a consomem com uma facilidade e rapidez muito grande. Mas, e o que acontece com a vida das pessoas diante da exposição frequente a tais itens culturais?

A arte tem algumas funções: além de entreter, ela informa e ensina. Mas, o que intriga ainda e sempre é o que arte atual, contemporânea, pop está, de fato, ensinando às pessoas? Será que todas as funções da arte estão sendo estimuladas ou o entretenimento ocupa todo o espaço?

Segundo o Doutor em comunicação, Dênis de Moraes, o que há, na verdade, é a prevalência dos interesses comerciais sobre os valores estéticos e artísticos e também sobre o significado ético-social da arte.

É um caso a se pensar. O mais provável é estarmos vivendo em uma era de consumismo desenfreado. Com mergulhos rasos e sempre muito incentivados pela propaganda e todos os meios de consumo de massa.

Portanto, será que o objetivo da Indústria Cultural e dos meios de comunicação de massa é, de fato, incentivar o culto à arte ou o consumismo com vultoso retorno financeiro para eles? Uma reflexão sobre isso é sempre válida.

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